A Refinaria de Paulínia informou ao Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP) que iniciou hoje (24) o raqueteamento (isolamento das linhas de tubulações) das unidades de destilação e craqueamento, que foram atingidas pela explosão e o incêndio ocorridos na madrugada de segunda-feira (20). A empresa comunicou ainda que pretende começar o processo de partida operacional da Replan na quarta-feira, dia 29.
A direção do Sindicato se reuniu com a gerência da refinaria, na tarde de hoje, para discutir encaminhamentos sobre segurança no processo de partida e operação das unidades. Ontem, o Sindicato entregou à gerência geral uma pauta com seis pontos, que foram levantados junto aos trabalhadores da Replan, principalmente com os operadores das áreas afetadas pelo acidente.
“Com o sinistro, a condição operacional mudou. O tanque de águas ácidas não existe mais e duas unidades, uma de craqueamento e outra de destilação, terão que ficar paradas por meses. Ainda não se tem a dimensão exata do que esse acidente provocou”, afirma o diretor do Unificado Arthur Bob Ragusa.
O Sindicato reivindica o isolamento total das unidades de craqueamento e destilação afetadas; apresentação do plano de operação das áreas com a revisão dos procedimentos envolvendo tratamento de águas ácidas para todos os setores envolvidos com as mudanças decorrentes do sinistro; plano de partida, contendo o relatório de inspeção de todos os equipamentos afetados; criação de um grupo de trabalho, entre Sindicato e empresa, com participação de representantes da base para tratar do tema manutenção; fim do descarte de salmoura sem tratamento, o que pode contaminar as águas do Rio Atibaia, que abastecem várias cidades da região; e respeito integral ao número mínimo vigente de trabalhadores.
Gestão de Mudanças
Na conversa de hoje, a gerência afirmou que enviará para a ANP (Agência Nacional de Petróleo), através de um documento chamado Gestão de Mudanças (GM), informações detalhadas sobre a nova condição operacional a partir das unidades paradas e como será feito o tratamento de águas ácidas, já que esse setor foi destruído com a explosão. “As informações desse documento contemplam, basicamente, nossos questionamentos referentes aos planos de partida e operação. O raqueteamento também já está sendo executado”, explicou o diretor do Sindicato Jorge Nascimento.
Segundo ele, a empresa está conduzindo o processo com bastante tranquilidade e sendo acompanhada de perto pela ANP, que tem demonstrado preocupação com o comprometimento do abastecimento, principalmente de combustíveis e gás de cozinha. “A empresa, entretanto, garante que não haverá problema, porque a Petrobrás tem condição de absorver essa demanda, caso seja necessário”.