Quer manter direitos, se prepare para a luta

Empresa apresenta proposta reduzida, minar o ACT é o caminho para liberar a privatização e desmonte completo da Petrobrás para beneficiar o capital estrangeiro

Em reunião com representantes da FUP e da FNP, realizada no dia 8, a gerência de RH da Petrobrás apresentou a sua terceira contraproposta para o Acordo Coletivo de Trabalho, que afirma ser a “final”. A empresa mantém uma série de cortes de direitos, além de prever reajuste salarial abaixo da inflação. A FUP reúne seu Conselho Deliberativo nesta terça, 13, no Rio, para definir encaminhamentos para a Campanha Reivindicatória.

Há previsão de redução de horas extras, que só serão pagas quando a gestão entender conveniente, além de fim do mesmo percentual do engajado em regime especial para os empregados administrativos.

A empresa também quer implementar a Resolução 23, acabando com o direito ao plano de saúde para quem entrar na empresa e para quem se aposentar.

São previstos ainda o fim da PLR (que passa a ser destinada apenas àqueles definidos pela gestão), o fim do adiantamento do 13º Salário e o fim do pagamento das férias em até dois dias antes do início do gozo.

Há cortes como o fim de novas adesões ao Programa Jovem Universitário, o fim do apoio de adaptação da companhia para os trabalhadores que voltam após doença ocupacional ou acidente e o fim de hospedagem e diária para empregados em treinamento na sua lotação — além de retirada de cláusulas sobre organização sindical e redução do tempo de vigência do acordo para um ano.

 

Fim do ACT é o fim da Petrobrás

O nosso Acordo Coletivo não caiu do céu e nem dado pela empresa, ele foi construído por cada trabalhador por décadas. Se hoje temos um dos acordos mais completos do país é porque conquistamos com muita luta. O mercado não sabe o que é estar exposto a agentes químicos diariamente, não imagina passar 15, 20, 30 dias sem ver os filhos, ou ter que programar todos os aniversários, Natal e ano novo de acordo com a tabela de turno.

Hoje, a gestão da Petrobrás nos apresenta um acordo com vencimento de um ano. Se em seis meses de governo já perdemos a BR, vários campos do pré-sal, plataformas, oito refinarias estão oferecidas para venda, qual a garantia que um acordo como este nos dá? O que será dos trabalhadores em setembro de 2020?

Esta proposta de ACT apresentada pela Petrobrás não é a escolha dos empregos no lugar dos direitos, é o fim da Petrobrás. É uma carta assinada pelos petroleiros de privatização total da empresa. É a garantia para o mercado, que no final da validade do acordo, a empresa poderá ser vendida sem os empregados.

Não queremos empregos por empregos, queremos a garantia de que iremos daqui um, cinco, dez anos, estar trabalhando em uma empresa sólida, pública, que abastece a energia de forma integrada para os brasileiros. O acordo é coletivo e sem Petrobrás não há empregos pelos quais lutar. Mais que nunca, este é o momento dos petroleiros mostrarem a força da nossa categoria.

Fonte: FUP

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