Há pouco menos de um ano das eleições presidenciais brasileiras, 12 pré-candidatos concorrem à vaga; saiba quem são e o quais os posicionamentos e planos em relação à estatal

Por Andreza de Oliveira
Marcado para outubro do próximo ano, o primeiro turno das próximas eleições presidenciais conta com uma lista de 12 possíveis candidatos na corrida pelo Planalto em 2022.
Representando metade dos 24 partidos que ocupam o Congresso, a maior parte dos participantes que já foram oficializados como pré-candidatos para seguirem na disputa, que ainda pode mudar, já apresentou declarações sobre a Petrobrás ou o que farão caso sejam eleitos. Confira:
Alessandro Vieira, pelo Cidadania

Já oficializado como pré-candidato do partido, Alessandro Vieira é Senador pelo estado de Sergipe e delegado da Polícia Civil. Alinhado à bancada ruralista, ele ganhou destaque ao participar da CPI da covid.
Em 2019, Vieira disse em entrevista que, para ele, o arrendamento das Fábricas de Fertilizantes (Fafens) da Petrobrás era “uma questão de estratégia nacional”. Na época, ele afirmou que a estatal não havia apresentado segurança aos agricultores e que, se essas empresas parassem, o Brasil dependeria 100% da iniciativa internacional: “Não é inteligente colocar nas mãos do estrangeiro a composição de preço da nossa principal commodity”.
André Janones, pelo Avante

Deputado Federal pelo estado de Minas Gerais, Janones é advogado, está no primeiro mandato e já teve a pré-candidatura para a presidência oficializada pelo partido.
Em outubro deste ano, por meio de uma rede social, ele se manifestou contra o aumento dos preços dos combustíveis e chamou seus seguidores para uma mobilização nas ruas.
Apesar de não ter abordado a Petrobrás em suas entrevistas como pré-candidato, Janones já mostrou ser contra as ações governamentais do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), e também não aprova a candidatura do ex-presidente Lula (PT) por conta dos escândalos envolvendo a companhia.
Cabo Daciolo, pelo Brasil 35

Concorrente da eleição presidencial anterior, Daciolo é ex-deputado federal e ficou famoso pelos discursos conspiratórios. Oficializado como candidato pelo Brasil 35, o militar, apesar de posicionado na direita política, tem visão nacionalista e já se posicionou contra a venda da Petrobrás.
Nas últimas eleições, ele saiu em defesa das empresas públicas estratégicas, dizendo que não deveriam ser privatizadas. Em entrevista para o Agora RN no último mês, ele voltou a abordar o assunto: “O governo Paulo Guedes, que está entregando a nação toda, está privatizando a nossa galinha de ouro, que é a Petrobrás, que é a mola propulsora do país, que é a Eletrobrás, que o crescimento e industrialização do país precisa de eletricidade”.
Ciro Gomes, pelo PDT

Com candidatura ainda não oficializada por desavenças com o partido, Ciro Gomes também concorreu à última eleição presidencial e, por diversas vezes, já demonstrou ser contrário à privatização da Petrobrás e de outras estatais brasileiras.
Ex-ministro da Fazenda, Gomes aborda constantemente, em suas redes sociais e entrevistas, a necessidade de manter a estatal como empresa pública. Ele também já declarou acreditar que, em algum momento, todos os governos anteriores já tentaram vender a Petrobrás.
Felipe d’Ávila, pelo Novo

Segundo a concorrer ao cargo de presidente da República pelo partido Novo, Felipe d’Ávila é cientista político e já teve a candidatura oficializada.
Durante o lançamento de seu nome para concorrer às eleições, o candidato de espectro liberal prometeu que, se eleito, venderá a Petrobrás no primeiro dia de seu mandato.
Jair Bolsonaro, pelo Partido Liberal (PL)

Atual presidente da República, ex-deputado federal e militar da reserva, Jair Bolsonaro já mostrou durante três anos de mandato que é mais do que favorável à venda de estatais fundamentais para o país. No seu governo, a empresa já se desfez de mais de 400 ativos.
Seguindo a agenda liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro chamou recentemente a empresa de “monstrengo” e diz ter planos para privatizar parte da companhia ainda antes de seu mandato se encerrar.
João Dória, pelo PSDB

Governador de São Paulo e ex-prefeito da capital paulista, Dória já foi lançado oficialmente pelo partido como pré-candidato à presidência.
Em uma das prévias eleitorais do PSDB, ele afirmou que privatizará a Petrobrás e o Banco do Brasil caso seja eleito e que a petrolífera deveria ser diluída em várias outras empresas – o que, na visão dele, diminuiria o preço dos combustíveis.
Leonardo Péricles, pelo Unidade Popular (UP)

Presidenciável pelo partido mais jovem do Brasil, Péricles é mineiro e já se posicionou contra a privatização das estatais brasileiras. No próprio site do partido, textos assinados por ele deixam clara a visão do político em relação às privatizações: “[…] Barrar as privatizações dos Correios, Eletrobrás, Petrobrás, Caixa Econômica e Banco do Brasil; suspensão e auditoria cidadã da dívida pública; redução do preço dos alimentos, do gás de cozinha, da energia elétrica e dos combustíveis.”
Luiz Inácio Lula da Silva, pelo PT

Ex-presidente do Brasil e responsável por altos investimentos na Petrobrás durante seus dois mandatos, foi no governo de Lula que a empresa descobriu o pré-sal e bateu recorde de investimentos.
O metalúrgico concorre às eleições após ter ficado preso por um ano em decorrência da Operação Lava Jato – condenação que foi anulada.
De esquerda e com caráter nacionalista, Lula defende constantemente o caráter público da Petrobrás e de demais empresas estratégicas para a soberania nacional.
Rodrigo Pacheco, pelo Partido Social Democrático (PSD)

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco ainda não teve seu nome lançado oficialmente à presidência da República pelo partido.
Em novembro deste ano, o senador encontrou-se com Joaquim Silva e Luna para discutir os preços da Petrobrás. Em setembro, quando ainda era do DEM, ele se posicionou dizendo que a empresa precisava ter um olhar mais social para o preço dos combustíveis e que não era hora de pensar em privatização, apesar de concordar com a venda da estatal.
Sérgio Moro, pelo Podemos

Ex-magistrado e ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, Moro foi o juiz responsável pelo julgamento em primeira instância da Operação Lava Jato, feito que deu notoriedade ao político e que prejudicou a imagem da Petrobrás.
Agora presidenciável, Moro diz que é preciso um estudo para analisar se cabe a privatização da Petrobrás, apesar de já ter dito não ver problema na venda da empresa.
Simone Tebet, pelo MDB

Única mulher, até o momento, anunciada como pré-presidenciável, Tebet criticou, em 2016, a redução da participação da Petrobrás na exploração do pré-sal com a apresentação da PEC 06/2016.
Tebet ainda não comentou publicamente o processo de privatização em curso da Petrobrás, mas já se posicionou contrária à venda de outra estatal, a Eletrobrás, como disse em entrevista ao Poder 360, em junho deste ano: “Desagradou o setor produtivo, principalmente a indústria, que vai pagar muito por uma energia mais cara e vai ter que inflacionar os produtos.”
Alinhada com o setor produtivo, ela também cobrou recentemente em entrevista a conclusão das obras da Unidade de Fertilizantes da Petrobrás em Três Lagoas (UFN3), no Mato Grosso do Sul.