Em São Caetano do Sul, a empresa CMI, prestadora de serviços de caldeiraria, tem submetido trabalhadores a jornadas superiores a 12 horas por dia e por 8 dias consecutivos
Por Andreza de Oliveira
No terminal da Transpetro em São Caetano do Sul, trabalhadores terceirizados pela empresa CMI, prestadora de serviços de caldeiraria na unidade, tem se queixado das más condições de segurança oferecidas pela empresa.
Os trabalhadores, divididos em quatro grupos, são submetidos a jornadas de 12 horas e com escala de 8 dias seguidos. Ao aceitar a conduta da CMI, a Petrobrás e a Transpetro descumprem a limitação das escalas de turno de 6 dias consecutivos de trabalho – definida pela própria companhia.
Outra denúncia recebida pelo Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) foi sobre o treinamento aplicado a esses trabalhadores, considerado ineficiente para operação de caldeiraria por ser realizado em um prazo menor que o necessário.
Para o petroleiro e diretor do Sindipetro-SP, Felipe Grubba, a atitude da CMI e da Transpetro colocam em risco a segurança de todos os trabalhadores e da comunidade em torno da unidade. “Foi verificado que esses trabalhadores não sabiam como agir em diversas rotinas da operação de caldeira por falta de treinamento adequado, o que aumenta ainda mais a possibilidade de algum acidente”, afirma.
Mudança na tabela de turno
Em 2020, a Petrobrás alegou que as escalas superiores a 7 dias eram ilegais e passou a obrigar, em todo o sistema, que no máximo 6 dias fossem trabalhados consecutivamente.
“É um absurdo a Transpetro praticar com os petroleiros a escala de 6 dias e contratar uma empresa terceirizada para atuar numa área, que sempre foi operada por petroleiros próprios, permitindo que os funcionários terceirizados trabalhem 8 dias seguidos”, explica Felipe Grubba.