Petroleiros votam proposta vergonhosa da Petrobrás e greve dia 14

Assembleias definirão quatro pontos de pauta: rejeição à proposta da Petrobrás; manter o estado de assembleia permanente e greve; e realização de uma paralisação de um dia em 14 de junho

Diante de uma proposta indecorosa de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) apresentada pela Petrobrás no último dia 22, FUP e FNP, que formaram uma mesa única de negociação, anunciaram a rejeição à pauta e organização de uma forte resistência dos petroleiros. Nesta semana, os sindicatos iniciam assembleias em todas as bases para votação da proposta, que planeja acabar com os direitos do trabalhador e com o movimento sindical, e de uma paralisação de 24 horas dos petroleiros, em 14 de junho, dia de Greve Geral.
Antes da apresentação ser feita para as federações e seus sindicatos, a empresa divulgou sua oferta vergonhosa aos trabalhadores, em uma clara tentativa de passar por cima e enfraquecer as entidades sindicais. A má-fé da gestão fez com que os representantes dos petroleiros decidissem não participar das próximas reuniões de negociação, agendadas para esta semana. “A postura da empresa na primeira rodada inviabiliza qualquer tipo de reunião sem que antes sejam realizadas as assembleias com a categoria”, informou a FUP.
O coordenador da Federação Única dos Petroleiros, José Maria Rangel, alertou, durante a abertura da 8ª Plenafup, na noite de quinta-feira (23), na Escola Sindical de Canoas, em Belo Horizonte (MG), que essa será uma das campanhas reivindicatórias mais duras da categoria petroleira. “Em momento como esse, a palavra resistência ganha um significado ainda maior. Estamos aqui reunidos para debater a proposta de enfrentamento e de desmonte do Sistema Petrobrás e de resistência às ações do governo Bolsonaro, de retirada de direitos e de ataques às entidades sindicais”, declarou.

Indecente
A proposta da Petrobrás de negociação do acordo coletivo dos petroleiros inclui, entre seus vários pontos negativos, zero de reajuste salarial, fim do minutex, redução de 50% no pagamento de horas extras, mudanças no custeio da AMS, aumentando o valor da parcela de contribuição do trabalhador, corte da antecipação do 13º salário no início do ano e término do Programa Jovem Universitário.

“Os petroleiros vão dizer não a essa proposta indecente e seremos resistência a esse governo nefasto, que quer vender o país e acabar com todas as conquistas que o trabalhador brasileiro garantiu com bastante suor e luta ao longo de muitos anos”, afirmou o coordenador do Unificado, Juliano Deptula.

Assembleias

Nas assembleias, que serão realizadas até o dia 6 de junho, os trabalhadores vão votar quatro pontos de pauta, que são a rejeição à proposta da Petrobrás, manter o estado de assembleia permanente e também o estado de greve e a realização de uma paralisação de um dia em 14 de junho, quando as centrais sindicais convocam Greve Geral.
“Ela (Petrobrás) quer pavimentar o caminho para a privatização da empresa, que é retirar os nossos direitos e também praticamente aniquilar o movimento sindical. Por isso, nós temos que resistir e participar das assembleias rejeitando essa proposta com disposição de luta, que será necessário”, enfatizou o coordenador da FUP.

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