Petroleiros, vamos juntos sonhar o presente e o futuro sem medo de ser feliz!

Hoje, já é possível visualizar que a nossa luta não foi em vão; a retomada dos investimentos da Petrobrás no setor de fertilizantes é prova disso

Estamos assistindo não só o retorno da Petrobrás para o setor de fertilizantes, mas também a volta da esperança das trabalhadoras e trabalhadores (Foto: Reprodução)

Por Albérico Santos Queiroz Filho*

O retorno da Petrobrás para o setor de fertilizantes foi uma das grandes conquistas dos petroleiros que resistiram bravamente durante o governo passado. É importante lembrar de toda a luta que travamos em 2020, quando a gestão bolsonarista da Petrobrás avançou em sua política de destruição do patrimônio nacional e fechou a Fafen-PR (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná), desencadeando uma das maiores greves da história da categoria. Naquele momento, não conseguimos impedir que os companheiros fossem demitidos, mas conquistamos melhores condições na demissão daquelas pessoas que, antes mesmo da hibernação da unidade em que trabalhavam, já estavam tendo suas vidas devassadas.

Vale lembrar dos nossos cinco companheiros – Cibele, Deyvid, Tadeu, Silva e Ademir -, que ocuparam uma sala no Edise (Edifício Sede da Petrobrás), não para impor goela abaixo nossas pautas, mas para exigir que a empresa sentasse na mesa conosco para negociar, pois apostamos no diálogo amplo e plural para construir soluções que tratem dos problemas com a complexidade que eles exigem, e conseguimos! Vencemos a intransigência de uma gestão que transbordava ódio e nojo à classe trabalhadora.

Apesar de toda luta, de mais de 20 dias de paralisação e mobilizações em todo o país, saímos com um sentimento ruim. Nossos companheiros da Fafen-PR foram demitidos, diversos trabalhadores foram punidos injustamente e outros tantos demitidos. O ódio daquela gestão aos trabalhadores era algo tão intenso que até dirigentes sindicais foram punidos como forma de intimidação a qualquer organização dos trabalhadores. Até o coordenador da FUP, Deyvid Bacelar, foi punido em 2021 com 29 dias de suspensão. O fato concreto é que eles avançaram cometendo ilegalidades, e cada uma dessas punições foi gerada pelo medo que eles tinham da nossa capacidade de luta.

Um fato curioso é que ainda hoje na Petrobrás, quando uma punição injusta é revertida na justiça, o verdadeiro infrator (aquele que puniu injustamente) não é sequer reprimido, acredito que não sejam nem sequer notificados. Praticamente uma validação de que punir injustamente é uma ferramenta de gestão de uso desejável. A questão é que não faz sentido manter em cargo de confiança uma pessoa que, para proteger seus interesses pessoais de se manter no cargo, pune injustamente, gerando prejuízos para a Petrobrás. Nós precisamos de pessoas que tenham a coragem de enfrentar os absurdos e que sejam capazes de se manter no cargo por suas competências e não pela sua capacidade de subserviência e bajulação.

Hoje, pouco mais de 3 anos depois, estamos colhendo os frutos do amadurecimento das nossas pautas. Estamos assistindo não só o retorno da Petrobrás para o setor de fertilizantes, mas também o retorno da esperança das trabalhadoras e trabalhadores de poderem voltar a viver suas vidas próximos aos seus núcleos familiares; voltar a cuidar dos seus pais, dos filhos que ficaram distantes e dos amigos que se mantiveram próximos durante esse período de tanto sofrimento. Iremos lutar incansavelmente para recuperar nossa dignidade e capacidade de planejar um futuro. Agora, meus amigos, será sem medo de ser feliz!

*Albérico Santos Queiroz Filho é diretor do Sindipetro Unificado

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