Sindicato subsidiará 100 botijões pelo valor de R$ 40, como forma de dialogar com a população sobre política de preços da Petrobrás que penaliza o consumidor; ação também está prevista em outros seis estados
Por Guilherme Weimann
A partir das 17 horas desta quinta-feira (13), quando a greve nacional dos petroleiros completa 13 dias, o Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) distribuirá senhas para a compra de 100 botijões de gás subsidiado, pelo valor de R$ 40, no município de Cosmópolis (SP). A atividade ocorrerá no cruzamento entre a Avenida do Trabalhador e a Avenida da Saudade.
As senhas serão distribuídas por ordem de chegada, com o limite de uma unidade por família, que deverá levar seu botijão vazio para a realização da troca. Não serão vendidos botijões para fins comerciais.
A partir da apresentação de comprovante de residência, serão contemplados moradores dos seguintes bairros de Cosmópolis: Parque dos Trabalhadores, Recanto das Laranjeiras, Chico Mendes, Parque Residencial Rosa Amelia, Recanto dos Colibris e Beto Spana.
Segundo Silvio Marques, da Associação Beneficente Cultural dos Petroleiros (ABCP), a atividade tem como objetivo mostrar que o governo federal e a Petrobrás têm condições de vender o gás de cozinha e seus derivados a um preço justo. “Essa ação tem como objetivo denunciar que a política adotada pelo governo Bolsonaro e administração da Petrobrás está errada porque penaliza a população”, afirma Marques.
De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), ações semelhantes já ocorreram em seis estados desde o início da greve. Em Campinas, foram distribuídos 200 botijões na Vila Boa Vista, no último sábado (8). Nesta quinta, além de Cosmópolis, também está prevista a venda subsidiada de gás de cozinha em outras seis cidades do país.
Política de preços penaliza o bolso da população
Nos últimos anos, a Petrobrás modificou sua política de preços em relação aos produtos derivados do petróleo, como gasolina, diesel e gás de cozinha. Atualmente, os preços desses produtos estabelecidos variam conforme o mercado internacional e o câmbio do dólar, que chegou a R$ 4,35 nesta quarta-feira (12).
Além disso, as refinarias estão subutilizadas. Em 2019, elas operaram com aproximadamente 70% da sua capacidade. De acordo com a Petrobrás, isso está ocorrendo porque é mais rentável para a empresa vender óleo cru no mercado internacional e importar seus derivados. Entretanto, quem acaba pagando a conta é a população brasileira.
“Nós acreditamos que é possível ter um preço justo para a população, desde que a Petrobrás volte a praticar uma política que leve em consideração o valor do petróleo no mercado nacional, porque ela produz petróleo no nosso território, então é possível ter um preço mais justo para a população”, explica Marques.
De acordo com o petroleiro, atualmente a Petrobrás produz petróleo por cerca de $ 10 dólares por barril, mas pratica os preços nos seus derivados pelos valores cobrados internacional, que está cotado em média por $ 55 dólares por barril.