Petroleiros se unem em todo o país contra o golpismo e as ameaças às refinarias

Após atos antidemocráticos em Brasília, trabalhadores se mobilizam contra tentativas de ataques às unidades da Petrobrás

Sindipetro-SP está realizando assembleias em todas as bases para repudiar atos golpistas em refinarias
Sindipetro-SP está realizando assembleias em todas as bases para repudiar atos golpistas

Por André Lucena, sob orientação

Na tarde do dia 8 de janeiro, o Brasil assistiu ao avanço definitivo do projeto golpista da extrema-direita. As cenas de destruição das sedes dos Três Poderes, em Brasília, representaram a mais significativa tentativa de desmantelamento do projeto democrático desde o fim da ditadura militar. 

Mas os alvos não se limitaram à cúpula política. No mesmo dia dos ataques na capital federal, grupos bolsonaristas articularam piquetes e invasões a instalações da Petrobrás em todo o país, com o objetivo de interromper o fornecimento de combustíveis.  

Conforme reportagem do Mídia Ninja, por exemplo, foi desarticulada uma tentativa de invasão à refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas. Lá, teria sido utilizada a estrutura do Comando Militar da Amazônia para armazenamento de materiais que seriam usados no atentado.

O caso da Reman é emblemático sobre como as forças militares têm sido lenientes em relação às ameaças de ataques às refinarias. Marcadas pela truculência durante o governo Bolsonaro, a polícia, em diversas oportunidades, articulou-se para reprimir o direito de organização dos trabalhadores. A pedido da Refinaria de Paulínia (Replan), diversas vezes multou e fichou trabalhadores impedidos de realizar assembleias do lado de dentro da unidade. 

Essa mesma postura incisiva, por outro lado, não tem sido vista para tentar conter as ameaças de ataques terroristas às refinarias, desde o início do ano. O uso expressivo da força só tem sido usado contra os trabalhadores que promovem manifestações legítimas, e não contra golpistas que agem de modo ameaçador e contrário à democracia.

Já na segunda-feira (09), golpistas planejaram impedir a distribuição de combustíveis pelo país. Entre grupos de bolsonaristas, articulou-se ataques à Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), por exemplo. 

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) passou, então, a orientar que trabalhadores permanecessem em alerta, incentivando denúncias contra ações de cunho antidemocrático nas unidades da Petrobrás. No mesmo sentido, decidiu cobrar medidas da Gerência Executiva de Inteligência e Segurança Corporativa (ISC) da empresa.

Leia também: Edital de Convocação de Assembleias

Para o diretor do Sindipetro-SP, Juliano Deptula, não há diálogo com os praticantes de atos antidemocráticos que visam intervenção militar. “A essência do pleito dessas ações são criminosas. Essa ameaça de ataque às refinarias, mesmo que não se efetive, visa gerar um caos na população”, frisou Deptula.

Deptula chama a atenção para o fato de que os trabalhadores devem estar preparados para as mobilizações: “a defesa da democracia é um dever como trabalhador da Petrobrás”. A luta pela democracia é, também, uma defesa do modelo de soberania energética e de uma Petrobrás não privatizada.

Por isso, o Sindipetro-SP está realizando atos e assembleias em todas as suas bases com o objetivo de repudiar todos os ataques golpistas. 

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