Petroleiros anistiados políticos: Derrotar Bolsonaro para enterrar a ditadura

Diretoria do RELUTE escreve carta aberta a todos os petroleiros anistiados da greve de 1983, ocorrida na Refinaria de Paulínia (Replan)

petroleiros anistiados
Greve dos petroleiros de 1983 durou seis dias e se tornou um marco da luta contra a ditadura militar (Foto: Arquivo)

Por Antônio Jesus Alencar Ferreira, petroleiro anistiado e presidente da Associação RELUTE

Aos petroleiros anistiados políticos:

Escrevo esta carta em nome da Associação dos Anistiados Políticos Petroleiros da Refinaria de Paulínia da Greve de 1983 – RELUTE, que representa os interesses dos anistiados políticos da greve de 1983, ocorrida na Refinaria de Paulínia (Replan), e sucedida por forte repressão do ditador João Batista Figueiredo (1979-1985).

Na impossibilidade de olhar no olho de todos os meus companheiros, que comigo protagonizaram um dos maiores episódios de enfrentamento às arbitrariedades da ditadura militar, decidi redigir essas breves palavras para dialogar sobre a importância do nosso posicionamento coletivo – mas também individual – no atual cenário político.

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Sabemos, por experiência de luta, que nenhuma conjuntura é estática. Mas, também aprendemos, que alguns momentos são mais decisivos, paradigmáticos, e consequentemente mais influentes nos rumos da história. Tínhamos essa clareza quando protagonizamos a primeira greve na Petrobrás durante a ditadura, colocando nossos empregos e o bem-estar das nossas famílias à prova.

Por isso, não podemos vacilar sobre o que de fato está em jogo na eleição do próximo dia 2 de outubro.

De um lado, temos a possibilidade do retorno de um governo petista, que durante seus mandatos elevou à Petrobrás ao patamar de uma das maiores empresas do mundo e, além disso, teve coragem de reivindicar a nossa memória – dos mortos, dos desaparecidos, dos torturados e dos perseguidos políticos. Lula, anistiado político como nós, representa a esperança não apenas de ver assegurado os nossos direitos como de retomar a esperança para o povo brasileiro.

Do outro, um protótipo de presidente que há anos reitera seu apoio aos métodos praticados durante o período militar (1964-1985). Mais do que isso, coloca-se recorrentemente como um defensor da volta da ditadura ao país. E, neste contexto, paralisou os processos de resgate da memória e de reparação econômica por meio da anistia.

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Até aqui, resistimos (e também tivemos sorte) para manter nossos direitos assegurados. Mas, dificilmente, conseguiremos sobreviver a mais um mandato de Bolsonaro. Já que, com uma possível reeleição, ele com certeza revisará nossas anistias e terá menos pudor para impor seus projetos mais torpes.

Diante disso, é imprescindível que cada um de nós, petroleiros anistiados, posicione-se favoravelmente não apenas à eleição de Lula como de deputados e deputadas do campo progressista, para barrar qualquer tentativa de emenda constitucional que possa afrontar os nossos direitos.

Frente a isso, a diretoria do RELUTE decidiu indicar apoio a candidaturas que já se comprometeram, nominalmente, com a nossa pauta.

 

Presidente:

Luiz Inácio Lula da Silva, 13

 

Governador:

Fernando Haddad, 13

 

Senador:

Márcio França, 400

 

Deputado Federal:

Pedro Tourinho, 1319

 

Deputados Estaduais:

Vera Faria, 13331

Wagner Romão, 13300

Paolla Miguel, 13199

Jandira Uehara, 13654

 

Por memória, verdade e justiça!

Por uma Petrobrás pública, para todos e todas!

 

Antônio Jesus Alencar Ferreira, presidente da Associação RELUTE

Campinas, 6 de setembro de 2022

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