Mudança de contracheque para boleto ocorreu sem diálogo com sindicato
Por Luiz Carvalho
A Petrobrás resolveu implementar mais uma mudança de maneira unilateral, sem negociar com o sindicato. A cobrança do plano de saúde AMS passará a ocorrer por meio de boleto bancário e não mais por contracheques, como era feito até agora.
A mudança começa a valer a partir de maio referente à mensalidade do mês de abril, e a adequação começará pelas pensionistas, que devem estar atentas ao recebimento das cobranças.
A alegação para a alteração que contraria o que foi definido no Acordo Coletivo (ACT) é o fim do convênio do INSS com a Petros e entidades de previdência complementar que vencerá apenas em junho. Portanto, a modificação foi antecipada desnecessariamente.
Além disso, destaca o diretor da FUP, Paulo César Martin, seria possível manter o antigo formato. “Há anos, que o benefício é descontado, exclusivamente, na parcela da Petros, o fim do convênio com o INSS não altera esse procedimento”, explica.
Prejuízos
Para a categoria a mudança só traz prejuízos. O primeiro deles é receber o boleto, que muitas vezes chega atrasado ou em cima da hora. Há relatos de aposentados que têm pedido a cobrança desde janeiro, encaminhado e-mails e como não tinham qualquer documento para honrar o compromisso, tiveram o convênio suspenso.
O segundo é a possibilidade de desrespeitar a margem máxima mensal de desconto com base na renda do petroleiro e da petroleira. Conforme definido no ACT, a cobrança deve ser realizada até o equivalente a 13% dos vencimentos e manter esse patamar é a principal reivindicação do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo, conforme explicar o diretor Carlos Cotia.
“Essa garantia de limitação deve ser uma regra imutável, sob o risco de termos vários pensionistas com grande prejuízo financeiro justamente num momento em que enfrentamos uma pandemia que nos coloca como grupo de risco”, criticou.