Desde o início, grande parte da imprensa tentou deslegitimar o movimento grevista e se colocar como um canal oficial do governo. Os agentes estatais, como o Sistema Nacional de Informação (SNI) e o Departamento Nacional de Telecomunicações (Dentel), recomendaram uma “moderação nas coberturas” aos meios de comunicação. Os que não respeitaram essa “recomendação” sofreram com represálias.
No dia 7 de julho, a Rádio Bandeirantes, de São Paulo, que realizava cobertura aprofundada da greve, teve seus transmissores lacrados pelo Dentel, como forma de reprimir qualquer meio que pudesse ecoar a pauta grevista.
Entre os porta-vozes do governo, destaca-se a cobertura da Rede Globo, lembrada pelos petroleiros como uma das responsáveis por silenciar as reivindicações da categoria, de deslegitimar a força da greve e de ecoar o discurso oficial – principalmente o de que a produção não havia sido paralisada e, consequentemente, não faltariam combustíveis. Além disso, a imprensa frisava a ilegalidade da greve pelo seu caráter político, o que, de fato, era verdadeiro e reivindicado publicamente pelos petroleiros.