As consequências econômicas ocasionadas pela Crise do Petróleo fez com que ganhasse força uma teoria crítica ao então Estado de Bem-Estar Social vigente no mundo ocidental. Idealizado por acadêmicos conservadores ligados à Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, o neoliberalismo pregava a diminuição da atuação do Estado na economia e o respeito à livre concorrência como forma de aumento da produtividade. Na prática, porém, o neoliberalismo gerou aumento do monopólio privado em setores estratégicos, expansão do capital estadunidense e endividamento dos países localizados na periferia do capitalismo.

No Brasil, os militares abraçaram o neoliberalismo como política econômica de Estado, acatando as orientações dos organismos internacionais norte-americanos. Nesse contexto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) começou a condicionar a realização de empréstimos ao corte de gastos, à suspensão de investimentos e às privatizações de empresas estatais – demonstrando o lado entreguista da ditadura militar.

O resultado dessa orientação política foi o crescimento da dívida externa brasileira que, de acordo com dados do Ipea, saltou de 11,4 bilhões de dólares, em 1972, para 64,2 bilhões de dólares, em 1980 – um aumento de mais de 400%.