Após as últimas denúncias, algumas lideranças da termelétrica estão demonstrando preocupação pelos corredores; mas é necessário passar certa tranquilidade, afinal: quem não tem culpa, não tem medo

Por Bronca do Peão*
Após uma breve sequência de denúncias que apontaram os absurdos vividos na Usina Termelétrica Luís Carlos Prestes (UTE-LCP), localizada em Três Lagoas (MS), o clima entre a liderança é de “tistreza”. Sem vontade de cantar uma bela canção, os supostos líderes denunciados até aqui ainda estão lambendo as feridas, pensando no impacto das denúncias e na facilidade de rastrear os fatos. Espero que a mão que passa pano tenha sido cortada; senão, vamos observar atentamente e denunciar qualquer um que considere realizar tráfico de influência para proteger seus chegados.
É, minha gente, esse é um péssimo momento da quadra histórica para quem andou fazendo coisa errada, achando que o cargo o protegeria. Repito: a verdade é uma propriedade dos fatos. Esses mostram que ninguém vai sair dessa história com uma culpa que não seja sua. E “só” por ter acontecido no passado a culpa não será minimizada, muito pelo contrário. Demonstra o quão profundo precisa ser o olhar para essa termelétrica. Com menos de 200 petroleiros, entre próprios e contratados, acumula sozinha mais problemas do que uma grande refinaria, proporcionalmente. O que mais surpreende é a facilidade de tratar o ser humano como um objeto, como uma coisa.
Faremos um breve “tour” pelas lideranças que oprimiram as trabalhadoras e trabalhadores, passeando deliciosamente pelos eventos que efetivamente aconteceram nos últimos anos. E aviso: não nos limitaremos à gestão atual. Lembraremos de cada um dos capatazes que se sentiram “senhor do engenho”. Também não nos limitaremos à Três Lagoas, visto que vários companheiros começaram a relatar os diversos absurdos que aconteceram nas usinas onde trabalham. A jornada será divertida, mas não para os opressores. Não haverá piedade com quem entregou punição, desvalorização do trabalhador, humilhação, desdém e uma série de assédios em suas diversas formas. Cada um de vocês, que emprestou sua existência à perversidade, será lembrado. Consequentemente, cobraremos atenção das atuais lideranças, pois não podemos mais aceitar que a injustiça seja o modelo de gestão da Petrobrás.
Temos que discutir o que fazer com um gerente que pune injustamente algum subordinado, fazendo a Petrobrás perder na justiça e ainda ter prejuízo financeiro. Quem faz isso jamais deveria assumir um cargo de confiança na empresa. Como pode ser admissível que o sistema de punição seja usado para atingir os desafetos do gerente, mesmo que cause perdas para a Petrobrás? Como pode ser admissível que um indivíduo que comete erros graves de gestão continue no cargo?
É hora de cobrar coerência e sensatez, não de passar pano. Essa gente escrota esteve disposta a tudo pelo amor ao cargo. A verdade foi posta de lado e as punições tratadas como ferramenta de coação ao trabalhador. Diversos entre nós vivem à base de ansiolíticos e tiveram suas vidas pessoais destroçadas por essa gente egoísta e desumana. Não haverá piedade com quem entregou perversidade.
Quem tiver medo, que trema. Quem tiver culpa, que pague.