Maior refinaria da Petrobrás serve feijão com pedras para os trabalhadores

Tratamento dispendido aos petroleiros contrasta com as remessas bilionárias de dividendos aos acionistas

refinaria
Pedras encontrados no meio do feijão servido por empresa contratada

Por Guilherme Weimann

Na madrugada desta sexta-feira (25), um trabalhador da Refinaria de Paulínia (Replan) – a maior do país e do Sistema Petrobrás – se deparou com duas pedras no feijão servido pelo Grupo Savvy – empresa responsável pelo contrato de alimentação na unidade.

Por isso, nesta manhã, centenas de petroleiros se reuniram em frente à refinaria em ato simbólico contra o descaso da administração. “Não é possível que uma empresa que distribui mais de R$ 100 bilhões aos acionistas não pode garantir uma comida de qualidade para seus trabalhadores”, denunciou Arthur Bob Ragusa, diretor do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP).

Apesar de parecerem pitorescos, fatos como esse se tornaram corriqueiros nos últimos anos na Replan – que tem diminuído os valores dos contratos em detrimento da qualidade dos alimentos que são servidos aos petroleiros.

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Ato em repúdio aos serviços de alimentação oferecidos na Replan (Foto: Guilherme Weimann)

Antes do Grupo Savvy, a responsável pelo setor era a Elasa. Na véspera de romper o contrato com a Petrobrás, a empresa deixou os trabalhadores sem água potável e serviu refeições incompletas. Ao sair, demitiu 115 pessoas de um total de 118 que compunham seu quadro de funcionários.

Durante o período mais crítico da pandemia, a comida também foi alvo de críticas nas três bases do Sindipetro-SP. Em 2020, petroleiros das refinarias de Paulínia (Replan), Capuava (Recap) e dos terminais da Transpetro criticaram a postura do Sistema Petrobrás perante o serviço de alimentação contratado, que servia alimentos de qualidade duvidosa e em pouca quantidade.

Efeitos da terceirização

Em maio do ano passado, a Mérito – empresa terceirizada de vigilância que opera em unidades da Petrobrás e da sua subsidiária, a Transpetro – rompeu seus contratos sem acertar os direitos trabalhistas dos seus funcionários.

Na época, foram deixados como passivos o salário de maio, o vale refeição de abril e maio, as férias proporcionais, 13º proporcional e multa do FGTS. A empresa ainda se negou a entregar o termo de rescisão.

Além disso, esse sumiço ocasionou um vácuo de vigilância por alguns dias nas unidades que eram atendidas por essa prestadora de serviço.

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