A Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu o dia 28 de abril como Dia Mundial da Segurança e da Saúde no Trabalho, em memória às vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. No Brasil, a Lei 11.121/2005 instituiu a mesma data como o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.
Conforme o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, de 2012 até julho de 2018 foram registrados no Brasil cerca de 4,2 milhões de acidentes de trabalho, que resultaram em 15.768 mortes. Esses números tornam-se ainda mais alarmantes quando se tem em conta o alto índice de subnotificações de acidentes.
No Sistema Petrobrás, os acidentes e mortes ocorrem principalmente com trabalhadores terceirizados, que possuem condições de trabalho mais precarizadas, sem direito de recusa (como garante nosso ACT). Desde 1995, quando o movimento sindical da FUP começou a acompanhar esses registros, 81,48% das mortes no Sistema foram de trabalhadores terceirizados.
O sucateamento do parque industrial da empresa, cortes em setores vitais como Manutenção e uma política equivocada de SMS são alguns dos responsáveis por esses acidentes. Há pouco tempo, a Replan foi vítima de um grande incêndio, que, apenas por puro acaso não causou vítimas fatais.
A data de 28 de abril é importante para refletir sobre as consequências do império do lucro sobre a vida das pessoas. A busca da “eficiência” cortando custos, flexibilizando contratos e precarizando as relações de trabalho, já muito prejudicadas pela reforma trabalhista é o caldo ideal para tragédias.