No dia 26 de março de 1979, no governo do ditador João Figueiredo, Shigeaki Ueki foi empossado presidente da Petrobrás, cargo que acumulou com os comandos da Petrobrás Distribuidora e da Braspetro, ambas subsidiárias da estatal. O advogado chegou ao cargo mais alto da empresa após ocupar a Diretoria de Comercialização [1969-1974] e chefiar o Ministério de Minas e Energia [1974-1979].
A nomeação de Ueki provocou uma reação imediata dos petroleiros, que realizaram uma das primeiras manifestações documentadas da categoria: a utilização de uma tarja preta no uniforme como símbolo de luto. Mais do que à pessoa, o protesto previa que começaria ali um processo de corte de investimentos e de direitos, além da entrada de empresas privadas dentro da companhia por meio de terceirizações.
Para encarar esse cenário de intensas disputas, uma nova diretoria do Sindipetro – formada majoritariamente por jovens que iniciaram a carreira na Petrobrás na própria Replan – foi eleita no mesmo ano da posse de Ueki, em 1979, e viria a se configurar como uma das mais combativas da história da entidade. Com influência do Novo Sindicalismo, com inclinações classistas e marxistas, a diretoria foi a responsável por iniciar um crescente processo de mobilização que viria a desaguar na histórica greve de 1983.