Há alguns dias, a gerência da Replan comunicou que a Operação terá de, obrigatoriamente, liberar todas as Permissões de Trabalho (PTs) até às 8h30 e que o pessoal da Manutenção deverá estar na CCL a postos até às 8h. Esses procedimentos, segundo a gerência, serviriam para aumentar a produtividade. Pelas unidades da refinaria o que se comenta é que, na verdade, existe uma pressão por parte de empreiteiras, que alegam prejuízos nos contratos com a Petrobrás por conta da burocracia e dos procedimentos exigidos (inclusive de segurança) para liberação de PTs. Dessa maneira, para atender aos interesses de empreiteiras, a cúpula da Replan quer sobrecarregar ainda mais os trabalhadores.
Os trabalhadores questionam, também a questão da segurança, que não pode estar subordinada a prazos rígidos. Se um procedimento necessitar de mais tempo para ser liberado por conta de questões de segurança, não pode haver atropelo por conta de horários rígidos. Outro problema apontado é que no início do turno, a prioridade dos operadores é fazer a verificação da área. “Como ficam essas questões?”, questiona o coordenador da Regional Campinas Gustavo Marsaioli.
A nova deliberação iria iniciar no dia 24, mas foi adiada por causa da ocorrência de um acidente na Reduc (mais um) no dia anterior, que causou queimaduras em um operador.
Ninguém é contra o aumento de produtividade, inclusive, diversas sugestões já foram dadas à gerência, como a criação de dois turnos na Manutenção. “Todos querem uma unidade produtiva, mas isso não pode se dar à custa da segurança e da saúde dos trabalhadores, nem impondo um sistema inviável com o atual número de efetivo. Antes de implantar novas regras, a gerência deve negociar com o Sindicato e com os trabalhadores a reposição do efetivo, as normas de segurança e abrir um diálogo transparente com a categoria”, afirma Marsaioli.