Gás de cozinha subiu 21,9% nas refinarias da Petrobrás em 2020

Reajustes contrastam com as quedas nos preços do barril do tipo Brent e WTI no acumulado do ano, que foram de 11% e 6%, respectivamente

Para o consumidor final, houve um aumento de 7,7% no preço do botijão ao longo do ano (Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília)

Por Guilherme Weimann

A partir de 2016, a Petrobrás modificou a política de definição dos valores dos combustíveis praticados em suas refinarias. Desde então, instaurou-se o preço de paridade de importação (PPI), que acompanha a volatilidade do petróleo cru no mercado internacional, taxa de câmbio e custos operacionais.

Em 2020, entretanto, houve uma variação inversa entre os preços do gás de cozinha vendidos nas refinarias da estatal e o barril de petróleo. No acumulado do ano, houve um aumento de 21,9% do botijão de 13 quilos do gás liquefeito de petróleo, passando de R$ 27,79 em janeiro para R$ 33,89 em dezembro, nas unidades de refino da petroleira.

Leia também: Projeto de lei propõe gratuidade do gás de cozinha

Por outro lado, o barril de petróleo do tipo Brent, comercializado na Bolsa de Londres, caiu de US$ 58,16 em janeiro para US$ 51,80 em dezembro, uma variação negativa de 11%. Já o barril do tipo WTI, comercializado na Bolsa de Nova York, diminuiu de US$ 51,56 em janeiro para US$ 48,52 em dezembro, o que representa uma retração de 6%.

O único fator que explica os reajustes constantes do insumo ao longo do ano passado, dentro da lógica do PPI, é a taxa de câmbio. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o dólar saltou de R$ 4,05 no início de janeiro para R$ 5,16 no final de dezembro, o que equivale a um crescimento de 27%.

Para o consumidor final, o preço médio variou 7,7%, passando de R$ 69,74 no início de janeiro para R$ 75,09 no final de dezembro. O valor está acima da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou o ano de 2020 a 4,52%.

Consumo

Mesmo com a alta nos preços, a última Síntese Mensal de Comercialização de Combustíveis, da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostra que o volume de gás de cozinha comercializado entre janeiro e novembro de 2020 é o maior já registrado na série histórica, iniciada em 2010. Foram 9,1 milhões de metros cúbicos comercializados, um aumento de 5,3% em comparação ao mesmo período de 2019.

Contudo, de acordo com o Boletim de Monitoramento da covid-19, do Ministério de Minas e Energia (MME), a comercialização do gás de cozinha diminuiu 20% no final do ano e a do GLP acima dos 13 quilos, destinado à indústria e comercio, despencou 32,5%.

Reajustes

Logo na primeira semana de 2021, a Petrobrás já anunciou uma nova elevação no preço do gás de cozinha. Desde o dia 6 de janeiro, a estatal passou a vender o botijão de 13 quilos pelo valor de R$ 35,98 para os distribuidores, o que representa um aumento de 6%.

Com isso, o preço médio do botijão para o consumidor final subiu de R$ 75,09, registrado no final do ano passado, para R$ 76,50, verificado na semana entre os dias 10 e 16 de janeiro.

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