No dia 16 de junho de 1983, o Sindipetro aprovou estado de greve, plantão sindical permanente e já indicou o dia de início da paralisação: 6 de julho. Além da repulsa ao decreto-lei que o governo havia proposto anteriormente, os petroleiros eram contra a perda da participação nos lucros, da gratificação de férias, das promoções e aumentos por mérito, da assistência médica, do transporte gratuito e do auxílio-alimentação. Mas, principalmente, o que estava em jogo era a defesa do monopólio estatal do petróleo. A greve, por isso, ganhou uma conotação predominantemente política, já que a data-base da categoria seria apenas em setembro.
No dia 29 de junho, o governo lançou mais um decreto-lei (nº 2036), que cortaria os benefícios apenas dos novos admitidos. Com isso, a ameaça passou a ser a rotatividade do emprego. Neste mesmo dia, uma nova assembleia dos trabalhadores da Replan ratificou a greve por ampla maioria (quatro votos contrários e mais de 700 favoráveis) com a seguinte pauta: garantia de emprego e revogação do decreto-lei nº 2036.
No dia 3 de julho, o Sindipetro recebeu vários ônibus de metalúrgicos de São Bernardo – incluindo o líder da categoria que viria a se tornar presidente, Luiz Inácio Lula da Silva –, que voltavam de um congresso realizado em Piracicaba. Houve uma assembleia conjunta e a declaração de que, caso os petroleiros entrassem em greve, os metalúrgicos também paralisariam as atividades em forma de solidariedade.