Ministro Adolfo Sachsida se comprometeu a não assinar novas medidas até o final do ano
Membros da equipe de Minas e Energia da transição do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniram com o Ministro da pasta, Adolfo Sachsida, nesta terça-feira (22), para solicitar a suspensão das vendas de ativos da Petrobrás. O mesmo pedido foi feito diretamente à estatal.
Um dos processos que a equipe de transição tenta suspender, é a venda da participação da Petrobrás na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil.
Como divulgado pela mídia nesta semana, o Ministro Adolfo Sachsida se comprometeu a não assinar novas medidas até o fim do mandato de Jair Bolsonaro (PL), com a justificativa de que caberia ao novo governo adotar as ações que considere necessárias.
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Deyvid Bacelar, um dos integrantes do grupo técnico de Minas e Energia na equipe de transição e coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), explica que a suspensão é muito importante e fruto do trabalho não só da equipe de transição, mas também dos sindicalistas.
“O anúncio feito pelo ministro Adolfo Sachsida de suspensão de qualquer medida de caráter estratégico do Ministério de Minas e Energia (MME), até a posse do novo governo é fruto de demanda feita pelo grupo técnico do governo de transição e da luta permanente da FUP em defesa do patrimônio público e da Petrobrás, empresa que, ao longo do governo Bolsonaro, foi fatiada com a venda de ativos estratégicos”, afirmou Bacelar.
“É fundamental que seja suspenso todo o atual processo de privatização de unidades da Petrobrás e que seja impedida a xepa de fim de governo. Estão correndo para fechar operações de conclusão de venda , o denominado ‘closing’ até 31 de dezembro”, acrescentou Bacelar, citando o caso das refinarias Isaac Sabbá, no Amazonas (Reman), no Paraná, Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor) no Ceará e TBG (SP). “Temos que barrar todas essas”, concluiu o coordenador-geral da FUP.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN), que também integra a equipe de transição de Minas e Energia, avalia que o pedido não quer dizer necessariamente que novas vendas de ativos não possam ser feitas durante o próximo governo, mas que o quadro precisa ser reavaliado.
“Nós nos manifestamos várias vezes, o presidente Lula também, contra a venda de ativos dessa forma que está sendo feita. Não quer dizer necessariamente que não haja venda de ativos no futuro, mas isso é uma avaliação que vai caber com muita parcimônia e cuidado à nova gestão”, explicou o Senador.