Na manhã deste sábado (15), petroleiros distribuíram 100 botijões a preço justo em município do interior de São Paulo
Por Guilherme Weimann
Mesmo vivendo ao lado da maior refinaria do país, responsável por cerca de 20% do refino do Sistema Petrobrás, moradores do município de Paulínia, no interior de São Paulo, pagam em média R$ 70 pelo gás de cozinha. Justamente para dialogar com a população sobre os motivos desses altos preços, o Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) subsidiou a venda de 100 botijões.
A atividade ocorreu logo no início da manhã deste sábado (15), no Jardim Primavera, e contou com a participação massiva da população. Cada família teve direito a uma senha para comprar um botijão pelo preço de R$ 40. Este é um valor que os petroleiros defendem ser justo, sem comprometer às finanças da empresa.
De acordo com Silvio Marques, da Associação Beneficente Cultural dos Petroleiros (ABCP), o objetivo da iniciativa foi mostrar à população de quem é a culpa pelos altos preços dos combustíveis. “O preço da gasolina, do óleo diesel e da gasolina estão muito altos. Por isso, ela está muito receptiva ao diálogo, mas ela não sabe o porquê. E essa ação mostra justamente que os preços estão altos por uma escolha da gestão da empresa”, explica Marques.
O Sindipetro-SP já havia subsidiado 200 botijões de gás em Campinas, na Vila Boa Vista, e em Cosmópolis, no cruzamento entre a Avenida do Trabalhador e a Avenida da Saudade. Também foram realizadas distribuição de gás a preços populares em outros estados, por meio dos sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros.
Política de preços penaliza o bolso da população
Nos últimos anos, a Petrobrás modificou sua política de preços em relação aos produtos derivados do petróleo, como gasolina, diesel e gás de cozinha. Atualmente, os preços desses produtos estabelecidos variam conforme o mercado internacional e o câmbio do dólar, que chegou a R$ 4,35 nesta quarta-feira (12).
Além disso, as refinarias estão subutilizadas. Em 2019, elas operaram com aproximadamente 70% da sua capacidade. De acordo com a Petrobrás, isso está ocorrendo porque é mais rentável para a empresa vender óleo cru no mercado internacional e importar seus derivados. Entretanto, quem acaba pagando a conta é a população brasileira.