Mais de 140 milhões de brasileiros decidem, em poucos dias, qual futuro desejam para o país, quem será o presidente pelos próximos quatro anos e qual política deverá prevalecer. De um lado está Jair Bolsonaro, militar reformado, deputado federal há três décadas, apoiador de Michel Temer e que defende a continuidade de várias de suas políticas, como a reforma trabalhista, a reforma da Previdência, o congelamento de gastos em Educação e Saúde e a privatização da Petrobrás entre outros pontos.
De outro lado está Fernando Haddad, professor universitário, ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, que defende o retorno dos royalties do pré-sal para Saúde e Educação, a manutenção da Petrobrás pública e a revogação da reforma trabalhista do governo Temer.
Na Câmara Federal, Bolsonaro votou a favor de Temer no caso das denúncias de corrupção. Em suas palavras, o vampirão é um homem “honesto e patriota” (https://www.youtube.com/watch?v=3Hn7Zp-_EvQ).
Mais, Bolsonaro sempre foi aliado de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, preso em Curitiba. Ele, como Temer, enriqueceram na política muito mais do que os postos que ocuparam permitiria. É réu em duas ações penais, nas quais é acusado de injúria e apologia do estupro; em 2015 foi condenado a pagar R$ 150 mil ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos do Ministério da Justiça por declarações homofóbicas e é investigado pelo Ministério Público por apologia á tortura.
Deputado federal desde 1991, teve apenas um projeto de sua autoria convertido em lei (n° 10.176, de 2001). A proposta, apresentada por ele em 1996, prorrogou benefícios fiscais para o setor de informática e automação. Apesar de uma atuação insignificante como parlamentar, é recordista em representações no Conselho de Ética. Com quatro processos, ele é o único que alcançou esse número desde que o conselho foi instalado, em 2001. O filho Eduardo Bolsonaro, em seu primeiro mandato, foi alvo de outros dois. A lista de acusações também é extensa na Corregedoria da Câmara, outra instância que apura a conduta dos parlamentares.
Se eleito, Bolsonaro será uma continuidade piorada do governo Temer, que termina sem deixar qualquer saudade.