Dia Nacional do Samba: 5 livros para ler e 5 discos para ouvir

Sindipetro-SP faz seleção de 5 livros e 5 álbuns para você curtir esta data com samba no pé

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Ao longo dos anos, o Samba incorporou uma série de variações e se consolidou como uma das principais marcas da cultura brasileira (Foto: Adobe Stock)

Por Vítor Peruch

O som do surdo, do pandeiro e do tamborim são celebrados cotidianamente pelos brasileiros. Mas, como não poderia deixar de ser, esse som é saudado de forma especial em 2 de dezembro, quando se comemora o Dia Nacional do Samba. A data foi criada por um vereador baiano, quando seu estado recebeu a visita de Ary Barroso pela primeira vez, na década de 60.

O Samba é uma das expressões culturais mais importantes do Brasil e, apesar das famigeradas polêmicas sobre seu local de nascimento, o que a história aponta é que o ritmo brasileiro foi criado a partir das rodas de pessoas escravizadas na Bahia.

Entretanto, ao longo dos anos, o Samba teve diversas variações para além do Samba de Roda, como o Partido Alto, o Samba-Enredo, o Samba-Canção, o Samba-Rock, Samba de Gafieira, o Pagode, entre outros.

Para conhecer melhor a história do Samba, o Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) preparou uma lista com 5 discos e 5 livros para você ler, ouvir e sair com o samba na ponta dos pés.

5 livros para entender o samba

Uma História do Samba, de Lira Netto 

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Lira Neto é um dos maiores biógrafos brasileiros (Foto: Governo do Ceará)

O biógrafo de Getúlio Vargas, Lira Neto, lançou em 2017 o primeiro livro da trilogia “Uma História do Samba”. Neste primeiro volume, o escritor relembra o início do samba urbano, ou seja, quando o ritmo brasileiro começou a tomar conta das ruas das cidades, principalmente do Rio de Janeiro, no início do século XX. Em breve, o segundo livro deve ser lançado.

Desde que o samba é samba, de Paulo Lins

Se você quer conhecer mais sobre a história do Samba, mas também gosta de um romance, o livro de Paulo Lins é uma excelente sugestão. Em “Desde que o Samba é Samba”, o autor de “Cidade de Deus” resgata momentos da formação da cultura brasileira, com o cenário do Rio de Janeiro de 1928 a 1931. O livro conta a história de diversos personagens envolvidos na fundação do primeiro bloco de Carnaval, da escola de samba Deixa Falar.

Tia Ciata e a Pequena África no Rio de Janeiro, de Roberto Moura 

O cineasta e pesquisador Roberto Moura publicou em 1983 “Tia Ciata e a Pequena África no Rio de Janeiro, de Roberto Moura”. No livro, o escritor mostra a vida de Tia Ciata (Maria Hilária Batista de Almeida, 1854-1924) e outras “tias baianas” em volta da sociabilidade afro-baiana e carioca que se organizava em torno do samba, do candomblé, do trabalho na estiva e de demais expressões culturais negras. Tia Ciata é considerada como uma das figuras mais influentes para o surgimento do samba carioca.

Para Ouvir o Samba, de Luís Filipe de Lima

Luís Filipe de Lima é compositor, exímio violonista 7 cordas, arranjador, produtor cultural e musical e tem o que chamamos de conhecimento empírico de sobra. Craque nas letras e nas cordas, Luis Filipe lançou, neste ano (2022), o livro “Para Ouvir o Samba – Um século de Sons e Ideias”. A obra guia o leitor pela história do samba, com indicações de canções icônicas.

As Escolas de Samba do Rio de Janeiro – Sérgio Cabral 

Considerado essencial para quem quer conhecer o samba, a obra de Sérgio Cabral foi lançada em 1974 e reeditada em 1996. O livro é resultado de anos de pesquisa de Cabral, que virou inicialmente uma série de reportagens na década de 1970. O “Instituto Glória ao Samba” classificou o livro como o mais importante da história do Samba em sua lista “50 livros essenciais da literatura do samba”.

5 discos para ouvir o samba

Candeia – Axé

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Candeia é considerado um dos grandes nomes do Samba (Foto: Reprodução)

Antônio Candeia Filho é considerado como um dos maiores sambistas de todos os tempos, ao lado de nomes como Bide e Marçal. Em seu álbum “Axé”, lançado em 1978, Candeia reuniu grandes compositores do Samba, o que acabou resultando em uma obra-prima da música brasileira. O álbum conta com música do próprio Candeia, mas também do mestre Paulo Da Portela, Manacéia, Martinho da Vila, Casquinha e Aniceto.

Cartola – 1974

Álbum de estreia do compositor carioca, Cartola (1974) tem produção de João Carlos Botezelli, o famoso Pelão, direção artística de Aluizio Falcão e arranjos do violonista Dino 7 Cordas. O disco Cartola foi lançado pelo selo Marcus Pereira e contém alguns dos seus maiores clássicos, como “Tive Sim”, “Alvorada” e “O Sol Nascerá”. Em 2007, a revista Rolling Stone o colocou na 52ª posição da lista dos 100 maiores discos da música brasileira.

Riachão, Batatinha e Panela – Samba da Bahia 

Se você tem alguma dúvida de que o Samba também é baiano, Riachão, Batatinha e Panela podem te ajudar com esse álbum lançado pela Fontana RECORDS EM 1973. Nele você pode viajar pela Bahia dos anos 60 e 70 e encontrar canções como “Cada Macaco no Seu Galho”, de Riachão; “Diplomacia”, de Batatinha; e “J.Luna” e “Não Suje Meu Caixão”, de Panela.

Paulo César Pinheiro e João Nogueira – Parceria

Lançado em 1994, o álbum “Parceria” une a genialidade de João Nogueira e Paulo César Pinheiro. Dois sambistas fundamentais para entendermos a história do Samba contemporâneo. Paulo César Pinheiro é um dos maiores letristas do mundo e foi gravado por gênios de diferentes estilos musicais. No álbum Parceria, ele se une a João Nogueira, uma das vozes mais marcantes do Samba para cantar clássicos como “Espelho”, “Eu, Hein, Rosa” e “As Forças da Natureza”. O disco é produzido pelo também craque do Samba, Eduardo Gudin.

Clementina de Jesus – 1966

Se a história do samba passa pelas mãos de Tia Ciata, ela também se manifesta na voz de Clementina de Jesus. Sua voz e os sambas incríveis bastariam para ser um disco fundamental para entender o Samba, que ainda conta com coros de Paulinho da Viola, e acompanhamento de baluartes de Meira, Canhoto, Elton Medeiros, entre outros.

Bônus: Samba de Dandara – Samba de Dandara

Se Clementina de Jesus, Tia Ciata, Dona Ivone Lara, Jovelina Pérola Negra, Alcione, Beth Carvalho, Surica, Leci Brandão, Clara Nunes e Elza Soares nos mostram a importância do papel feminino na história do Samba, o grupo Samba de Dandara indica que esta tradição se fortaleceu ao longo dos anos. O grupo é formado por jovens mulheres da cidade de São Paulo.

No álbum de estreia “Samba de Dandara”, elas cantam a história do Samba Paulista ao passo que escrevem como será o futuro do Samba Brasileiro.

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