Por Norian Segatto
O deputado Frederico d”Avila (PSL) fez um requerimento para que a Assembleia Legislativa de São Paulo homenageie o ditador chileno Augusto Pinochet. O imbecilizado deputado chamou Pinochet de “grande patriota”. Quando d”Avila nasceu (em 1977), a ditadura chilena completava quatro anos, naquele ano remodelou sua polícia política, que continuou a matar e sumir com opositores. Até a saída de Augusto Pinochet do poder, em 1990, o Chile contabilizava oficialmente 3.225 mortos e desaparecidos e 37.055 presos políticos torturados.
O assassino que o deputado ruralista quer homenagear também se serviu da ditadura brasileira; conforme reportagem de 2013 do jornal O Globo. Segundo a matéria “uma coletânea de evidências e testemunhos, em diferentes processos judiciais, conta a história do envenenamento de adversários políticos do regime, com uso de substâncias bacteriológicas (toxinas botulínicas e estafilococo dourado) e derivados químicos (organofosforados, como os gases sarin e tabun), manipulados em laboratórios militares e da polícia política”. O governo brasileiro foi o fornecedor da neurotoxina.
Assim que o imbecil deputado anunciou a homenagem, milhares de pessoas se mobilizaram nas redes para protestar contra esse desrespeito à democracia. O presidente da Ales, Cauê Macri, se posicionou na noite de quarta-feira, 20, pelo twitter, afirmando que “Assino nesta quinta um ato da Presidência impedindo que aconteça o evento em homenagem ao ditador Augusto Pinochet dentro da @AssembleiaSP . O ato será publicado no Diário Oficial do Estado na sexta-feira (22)”.
Até a manhã do dia 21, o site de petições change.org havia recebido mais de 12 mil assinaturas contra a realização do ato na Alesp.
A democracia exige vigilância constante.