Cozinheiro e fotógrafo

Quando se mudou da casa dos pais e foi morar sozinho, aos 29 anos, Diacir Purcote Junior se viu na obrigação de aprender a cozinhar. O curitibano só não imaginava que a necessidade de sobrevivência acabaria se transformando em uma descoberta apaixonante, que se tornaria um de seus grandes prazeres ao lado da fotografia.

Segurança industrial na Refinaria de Paulínia (Replan) e petroleiro desde 2006, Diacir conta que sua relação com a cozinha começou com um estrogonofe. “Um dia resolvi fazer um jantar para uns amigos e preparei a receita de estrogonofe, que ficou ótimo e fez sucesso. Comecei a cozinhar mais vezes e a comida sempre recebia elogios”, conta.

Empenhado em aprender algumas técnicas e melhorar ainda mais seus dotes culinários, Diacir passou a comprar livros e assistir vídeos no YouTube. “Naquela época não era tão simples encontrar receitas. A internet não oferecia as mesmas facilidades de hoje”, recorda-se.
Cada vez que ia para a cozinha, o segurança industrial se surpreendia com o resultado. Isso o motivou a frequentar mais lojas de produtos de culinária e a comprar utensílios, sempre com o apoio da esposa Adriana. “Minha esposa não gosta de cozinhar e não precisa. Lá em casa quem cozinha diariamente sou eu”, ressalta o petroleiro, que é fã de programas de culinária na TV e no YouTube e já realizou alguns cursos gastronômicos, de salgado, pães e doces.
Cozinheiro da linha clássica, que não gosta de adaptações e costuma seguir passo a passo a receita, o petroleiro conta que duas coisas não podem faltar na sua cozinha: facas com bom corte e boas panelas. Ele confessa ainda que não curte preparar doces e que tem preferência pelas massas artesanais, apesar de ser mais trabalhoso.
“O processo demora, porque depois de preparada, a massa, feita basicamente com farinha e ovo, deve descansar na geladeira por cerca de uma hora. O passo seguinte é abrir a mistura e passá-la no cilindro, para virar uma lâmina. Daí corta a massa com a máquina”, explica.
Espaguete e talharim são os tipos de massa que o chef costuma fazer com mais frequência e, quando está inspirado e dispõe de mais tempo, produz ravioli e canelone. “Dá mais trabalho fazer essas duas massas porque tem que recheá-las. O processo não é difícil, mas toma tempo”, justifica.
Hoje, o desafio de Diacir é aperfeiçoar suas habilidades na área de panificação. “Fiz um curso básico de três semanas de fermentação natural no começo deste ano, mas preciso aprender mais técnicas porque é difícil fazer pão, exige o controle da temperatura e umidade. Ainda não consegui acertar a receita”, lamenta.
Admirador do chef Rodrigo Oliveira, proprietário do Mocotó, premiado restaurante de comida nordestina de São Paulo, Diacir aprendeu a fazer a receita dele, do baião de dois. O prato, de acordo com o petroleiro, tem feito bastante sucesso entre os amigos. “Minha esposa me presenteou com o livro do Rodrigo Oliveira e aprendi a fazer o baião de dois dele. Primeiro fiz para ela experimentar e, só depois de aprovado, comecei a preparar para os amigos. A Adriana é a cobaia da degustação”, brinca ele.

 

Natureza e comida

Além de cozinhar, Diacir também adora fotografar. Em 2012, ele iniciou cursos para aprimorar os conhecimentos na área, comprou máquina, algumas lentes e equipamentos e se aventurou no mundo fotográfico.
A convite de amigos, fotografou algumas festas de aniversário de crianças e até um casamento. Participou ainda de alguns concursos e, em 2015, uma de suas fotos foi classificada entre as oito finalistas de um concurso promovido pelo Consulado da França. O petroleiro teve ainda algumas fotos publicadas em revistas, inclusive na especializada Fotografe Melhor.
Diacir gosta de fotografar natureza e os pratos que ele prepara. No final de ano, ele seleciona algumas de suas fotos e produz calendários para presentear. “Virou uma tradição e os amigos já ficam esperando o presente”, destaca. Veja algumas das fotos do petroleiro no instagram: @diacirjunior.

Por Alessandra Campos

 

Posts relacionados

Velejar é preciso

Andreza de Oliveira

Só toco samba

Andreza de Oliveira

Uma vez professor, sempre professor

Andreza de Oliveira