
O documentarista chileno Patricio Guzmán, exilado pela ditadura de Augusto Pinochet, descreveu a importância da memória no seu filme Nostalgia da Luz da seguinte maneira: “A memória tem força de gravidade, sempre nos atrai. Os que têm memória são capazes de viver no frágil tempo presente. Os que não a têm, não vivem em nenhuma parte”.
É justamente para viver neste frágil tempo presente, com seus problemas específicos, que insistimos em fazer esse resgate histórico, formado tanto por memórias individuais como coletivas.
Neste grande mosaico, esperamos reafirmar a nossa greve como vitoriosa, apesar das perdas. O tempo tem provado isso ano após ano: não temos dúvida de que a Petrobrás ainda se constitui como uma empresa pública devido aos esforços que realizamos lá atrás, em 1983 – além de tantas outras greves que foram realizadas ao longo dos últimos 40 anos, especialmente a de 1995. Na atual conjuntura, de crescimento de ideais fascistas, reforçamos o papel decisivo que cumprimos no processo de redemocratização do país.
Não fizemos desta exposição um exercício saudosista, pelo contrário. O objetivo, aqui, é sempre apontar para o futuro, de transformação permanente em direção a uma sociedade mais justa e igualitária. Democracia sempre!
