No dia 29 de dezembro um incêndio atingiu um duto da Transpetro, na Zona Leste de São Paulo, durante uma operação de reparo por conta de uma “derivação clandestina”, termo utilizado para furto de combustível, prática criminosa que tem aumentado de frequência ano a ano.
Uma comissão foi composta no Terminal Guarulhos para investigar as causas do acidente e propor soluções para evitar que o fato volte a acontecer.
Segundo pode ser apurado, o acidente ocorreu devido à provável perda de estanqueidade da vedação da válvula do bandido. Essa perda de estanqueidade pode ter ocorrido durante a solda da abraçadeira instalada no ato do roubo no duto. O vazamento levou a um incêndio de grande proporção, que, felizmente, não feriu ninguém que estava na vala durante o reparo.
O diretor do Unificado, Felipe Grubba, acompanhou os e trabalhos da comissão. “Por mais que a empresa tenha assumido uma política de punição, os membros da comissão trabalharam para entender o problema e buscar soluções e ficou claro que o principal motivo foi a falta de padrões e procedimentos pra realizar o serviço; também se chegou à conclusão de que não se deve mais soldar as abraçadeiras instaladas pelos bandidos”, informa Grubba.
O Creduto, setor da Transpetro criado pra reparar os dutos, tinha como objetivo o reparo devido ao desgaste de uso, entretanto hoje a tarefa principal virou os reparos em derivações clandestinas, realizadas por organizações criminosas.
O furto de gasolina e outros tipos de combustíveis diretamente de dutos aumentou 262% nos últimos dois anos. Em 2016, a Transpetro, que tem mais de 7.500 quilômetros de oleodutos do país, registrou 72 casos e tentativas de furtos em dutos de todo o país. Em 2018, o número subiu para 261 ocorrências – um crescimento de 262% nas ocorrências. A marca supera o registro de 228 casos em 2017.