Petroleiras e petroleiros têm entrado em contato com o sindicato para reclamar de valores dos boletos
Conforme previsto, a mudança na cobrança do plano de saúde AMS (Assistência Multidisciplinar de Saúde) adotada de maneira unilateral pela Petrobrás já gera confusão em seu primeiro mês de implementação, após os descontos passarem a ocorrer por meio de boleto bancário e não mais no contracheque.
Petroleiros e petroleiras recorreram ao Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo para reclamar que os boletos trouxeram valores muito mais altos do que eram praticados.
A alegação da Petrobrás para a alteração da forma de cobrança é o fim do convênio do INSS, porém, essa parceria estava prevista apenas para junho. Além disso, toda modificação na forma de cobrança deveria ser discutida com o Sindicato, conforme prevê o Acordo Coletivo da categoria.
O Unificado aponta ainda que a alteração é completamente equivocada pelo momento, já que fará com que centenas de idosos e idosas, grupo de risco em tempos de pandemia de coronavírus, tenham de se deslocar até as agências bancárias para pagarem os seus boletos.
Diante da postura da empresa, o sindicato ingressou com processo judicial com pedido de liminar, que requer que a cobrança do plano de saúde AMS volte a ser realizado no contracheque.
Advogado do sindicato, Francisco Coutinho, afirma que é absurda a alteração adotada pela Petrobras.
“Não faz sentido começar adotar essa alteração durante a pandemia. Até porque já tivemos problemas com a cobrança por meio de boletos. Por isso o Sindicato já ingressou com a ação requerendo a volta da cobrança no contracheque e nos próximos dias o Poder Judiciário deverá julgar o pedido liminar”
Outros prejuízos
Além dos problemas mencionados existe a possibilidade da cobrança por boleto desrespeitar a margem máxima mensal de desconto, que é definida no ACT, com teto de 13% dos vencimentos.
Muitos pensionistas e aposentados demonstram ainda preocupação com a dificuldade em receber a correspondência que muitas vezes chega em cima da hora ou simplesmente não chega.