Brigadista, mais que uma profissão, uma vocação

Treinamento na Recap


Na terça-feira, 2 de julho, comemorou-se o Dia do Brigadista, uma das funções mais importantes dentro da Petrobrás para garantir a segurança das instalações e dos petroleiros. O técnico em segurança da Replan Aparecido Daniel Baldória é voluntário na brigada há 27 anos e, nessas quase três décadas de atuação, conta que já enfrentou situações muito difíceis. “A primeira grande emergência que atendi foi um incêndio em 1993, que durou várias horas, e o caso mais grave foi a explosão do ano passado”, lembra Baldória.

O primeiro caso relatado pelo brigadista aconteceu em janeiro de 1993, quando um reservatório com 15 milhões de litros de óleo diesel foi atingido por um raio e pegou fogo por 12 horas. Já o acidente mais grave da história da refinaria ocorreu em agosto do ano passado. Após uma explosão, houve um grande incêndio nas unidades de Craqueamento e Destilação.

Os dois acidentes não provocaram vítimas, mas causaram muito pânico entre os trabalhadores e moradores próximos à Replan e de cidades vizinhas. Baldória teve papel fundamental no controle dos dois incêndios. No caso da explosão mais recente, ele conta que atuou com tranquilidade. “Eu sabia que a situação era grave, mas não ter visto nenhuma vítima me tranquilizou e me fez perceber claramente o que precisava ser feito”, recorda-se ele.
Baldória afirma ter verdadeira paixão pelo trabalho de brigadista e diz que se sente feliz pelo reconhecimento. “O reconhecimento dado aos profissionais é gratificante. Já recebi homenagens até no exterior”, destaca.

Esse sentimento, entretanto, não é compartilhado pelo petroleiro Rodolfo Colen de Almeida, brigadista há sete anos na Recap, em Mauá. “O reconhecimento que se tem em relação a esses operários, apesar da nítida importância de seu papel, ainda é baixo”, admite ele. Almeida também considera insuficiente a quantidade de treinamentos realizados. “O número está longe do ideal. Além disso, em função do corte de verbas, a Petrobrás vem reduzindo a quantidade de treinamentos”, declarou.

Almeida lembra que um dos seus principais desafios ocorreu no início de sua experiência como brigadista, quando teve que combater um incêndio na entrada de um reator da Refinaria de Capuava. “Foi algo interessante, pois consegui entender a eficiência da brigada e a real importância desse profissional, servindo até como desenvolvimento para minha vida pessoal”, avalia.

Para o diretor do Sindicato Auzélio Alves, os brigadistas realizam o trabalho com dedicação, coragem e maestria. “Esperamos que a Petrobrás reconheça a importância desses profissionais que, em qualquer momento, colocam a vida em risco para defender a empresa e garantir a integridade dos trabalhadores”, conclui o dirigente.