Sindipetro Unificado-SP irá negociar com empresa e cresce risco de greve

O atual modelo de testagem do novo coronavírus imposto exclusivamente pela Refinaria de Paulínia (Replan) foi rejeitado por 78,79% dos trabalhadores em assembleias realizadas entre os dias 13 e 19 de outubro.
Com esse resultado, o Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP) volta à mesa de negociação com a Petrobrás, enquanto cresce a insatisfação entre os trabalhadores e o risco de greve.
Desde junho, a Replan faz com que os petroleiros se desloquem até o local de trabalho durante o período de descanso, com veículos particulares, para que se submetam a uma testagem no sistema drive thru, até dois dias antes de um novo turno. Sem a aprovação nos exames, os trabalhadores não são autorizados a ingressar na refinaria.
Após a pressão do Unificado, a empresa implementou uma nova proposta em que os testes ocorrem a cada 15 dias, porém, na parte da manhã da data de retorno da folga de cada trabalhador, nos casos em que a jornada começa à 19h30.
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A nova medida imposta pela gestão continuou a desagradar a categoria que rejeitou esta opção por manter o prejuízo à folga dos trabalhadores, explica o diretor do sindicato, Jorge Nascimento.
“Não bastasse ter de abrir mão de parte do descanso, o petroleiro ainda é obrigado a pagar custos como pedágio e gasolina do próprio bolso. E cientificamente isso não seria necessário, porque, como o teste tem janela de sete dias e a folga é bem menor do que isso, então, poderiam muito bem fazer no último dia de trabalho”, aponta.
O método adotado na Replan é único em todo o país. Em outras refinarias, como a de Capuava (Recap), em Mauá, os trabalhadores são submetidos a exames dentro da própria unidade, como cobra o Unificado.
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Para piorar, o prejuízo pode ser maior em casos de problemas climáticos, como ocorreu recentemente.
“No ciclo 10, os trabalhadores foram fazer testes e, por conta dos temporais e da incidência de raios, o atendimento teve de ser suspenso nas tendas que ficam na porta da empresa e tiveram de voltar no dia seguinte.”
A estimativa é que aproximadamente 450 petroleiros, 46% do efetivo, sigam em atividades presenciais. A maior parte deste percentual é formada pelo pessoal da área operacional.