Bolsonaro fugiu para os Estados Unidos, mas os asseclas seguem em cargos de supervisão na Petrobrás
Por Bronca do Peão*
Os danos causados pelo golpe que se iniciou em 2016 estão cada vez mais escancarados, nas mais diversas áreas. Mas neste texto vamos olhar especificamente para os contratos de serviços de infraestrutura da Usina Termoelétrica Luís Carlos Prestes, da Petrobrás, localizada na cidade de Três Lagoas (MS). Esses contratos foram assumidos pela empresa ALS (gata boca de porco dos pés à cabeça). Dentre os serviços prestados, temos a manutenção de áreas verdes, fornecimento de água, café, material de limpeza, entre outras coisas. A mesma empresa também assumiu o contrato que trata do transporte, que é um show de horrores à parte e que também vamos explorar aqui.
No contrato da infraestrutura temos o extrato do puro descaso, pois itens tão básicos quanto água mineral e café acabaram antes da metade do contrato, levando a unidade a racionalizar café (isso mesmo!). Meia garrafa de café adoçado com açúcar e meia garrafa de café sem açúcar oferecido a mais de 40 pessoas na oficina. O absurdo conta com limitações contratuais tão escrotas que a empresa só pode cortar 46 m² de mato por mês. O resultado disso é uma unidade que parece uma selva e cobranças para que a operação “remova mato acima de 50 cm” por meio da nova ferramenta de ocupação da mão de obra de forma aleatória chamada AVAL (depois conto mais sobre o AVAL e seus absurdos).
No contrato de transporte, nós podemos ver o tamanho do descaso quando em uma reunião solicitada pela CIPA, a pedido do sindicato (já que a unidade tratou com total descaso as pautas que o sindicato levou), ficou claro que nem o gerente do contrato nem o fiscal tinham sequer se dado ao luxo de ler o contrato que deveriam gerenciar e fiscalizar. Não me surpreende o descaso do fiscal de contrato, que já reclamou no passado quando um preposto do compartilhado foi demitido por promover diversos assédios e de ser acusado de violar correspondência NP-3, a alegação da flor de Ratanambá é que sem o assediador quem teria que trabalhar era ele. O fiscalzinho do mato também considerou ok sugerir que o transporte fosse retirado e em troca a Petrobrás pagasse um vale transporte, rasgando a lei 5.011 e colocando seu bostejamento no lugar, já o gerente do contrato eu realmente não esperava e estou tratando isso em terapia.
Os carros que prestam o serviço estão se desmontando, suspensão batendo, rolamento estourado, pneu careca que foi pego em auditoria de SMS e substituído por pneu meia vida. Reza a lenda que, em dezembro de 2022, um dos donos da empresa supostamente teria pego um forte resfriado após passar por Brasília no acampamento golpista (que TISTREZA).
O alinhamento dos furos do queijo suíço ficou fácil, pois nem queijo tem é só furo. Por exemplo, os motoristas hoje trabalham em uma modalidade de jornada no mínimo esquisita… trabalham das 4h da manhã até às 8h, depois ficam “livres” e voltam a trabalhar das 16h às 20h e aí sim terminam a jornada de trabalho. Mas a verdade é que entre às 8h e às 16h eles podem ser chamados para fazer “hora extra” ficando de prontidão para atender alguma demanda (em contrapartida oferecem um plano de saúde bem ruim e que frequentemente não atende os beneficiários por falta de pagamento). Agora você deve estar se perguntando: e das 20h às 4h, quem atende se precisar chamar o sobreaviso da manutenção? Descobrimos recentemente que a depender da emergência é melhor orar mesmo, pois não há motorista para atender.
Não percam os próximos episódios, vamos contar às travessuras do Benga e do megaempresário do ramo de alimentos que entra na sala de controle arrotando arrogância e dizendo que “aqui é onde ganho dinheiro fácil”. Aos dois, desejo o sono dos justos, mas pelo visto vão perder a noite acordados.
Tem uma história bizarra na sua unidade? Conta pra gente!