Arrecadação de alimentos: petroleiros realizam a primeira distribuição em Campinas

Petroleiros aposentados, e vacinados, arrecadaram 1,3 toneladas de alimentos e iniciaram a distribuição no Jardim Ouro Verde, em Campinas

A quantidade de alimentos resultou na montagem de 116 cestas básicas que serão entregues em bairros de maior vulnerabilidade social na cidade de Campinas (Foto: Larissa Zeferino)

Por Larissa Zeferino

Na tarde desta terça-feira (18), aposentados do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) deram início à campanha de doação de alimentos com a distribuição de 40 cestas básicas para moradores do bairro Jardim Ouro Verde, em Campinas. 

As doações são resultado da arrecadação de alimentos não perecíveis, iniciativa organizada pela Associação Beneficente Cultural dos Petroleiros (ABCP) e pelo Departamento de Aposentados do Sindipetro-SP (Daesp) entre os dias 27 de abril e 7 de maio. 

Foram arrecadadas cerca de 1,3 toneladas de alimentos, o que resultou na montagem de 116 cestas básicas. Ao longo da semana, ainda serão distribuídas o restante das 76 cestas em bairros de vulnerabilidade social. A mobilização surgiu como resposta à ausência de políticas públicas do Estado voltadas para essa população.

As entregas são pré-agendadas e mediadas por agentes da comunidade que conhecem famílias da região (Foto: Larissa Zeferino)

De acordo com Silvio Marques, petroleiro aposentado e presidente da ABCP, a intenção é estender a iniciativa até o fim do ano. “Estamos vivendo uma crise política, sanitária e econômica. O Estado falha e essas famílias mais vulneráveis são penalizadas. O que o brasileiro quer é vacina no braço, comida no prato e auxílio emergencial”, explicou.

Como é o caso de Dercy de Lima, ex-vendedora que se encontra desempregada por conta da pandemia. Durante esse período, ela precisou dividir a casa com a irmã, que não conseguia mais bancar o aluguel.

Morando com mais sete pessoas, Dercy passou a contar com a distribuição de cestas básicas que são organizadas em seu bairro. “Ajuda muito. O governo poderia melhorar muita coisa [já que] pessoas de comunidades carentes estão muito vulneráveis por conta do desemprego”, relatou.

Dercy não se lembra ao certo quando começou a receber as doações, mas considera a ajuda essencial para “passar o mês” (Foto: Larissa Zeferino)

Professor de educação física, Milton Gonçalves participa de movimentos para arrecadação de alimentos e itens de higiene desde abril de 2020 e afirma que notou uma mudança na demanda. “Ano passado entregamos uma média de 100 cestas por mês, agora entregamos cerca de 250”, disse. 

Por outro lado, o educador físico diz ter notado uma redução no número de doações nos últimos meses. Ele especula que a alta nos preços dos alimentos possa ter atrapalhado as contribuições visto que, segundo ele, muitas famílias que doavam regularmente reduziram, ou até interromperam, as ajudas nos últimos meses. “A gente vê que um vale alimentação hoje não faz uma compra para duas pessoas. O preço aumenta para todo mundo, e isso impacta nas doações também”, finalizou. 

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