A luta é pela reestatização, dizem eletricitários em ato contra venda da Eletrobras

Eletricitários e movimentos sociais protestaram contra a venda da estatal e a presença de Bolsonaro na B3

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Seguranças impediram manifestante de se manifesta contra a presença do presidente da República (Foto: Rosely Rocha)

Por Rosely Rocha, da CUT

Os eletricitários e eletricitárias com apoio de petroleiros, bancários, professores, integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) protestaram em frente ao prédio da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, nesta terça-feira (14), data que entra para a história do povo brasileiro de maneira negativa.

Hoje foi o dia no qual o governo de Jair Bolsonaro (PL) entregou oficialmente a Eletrobras para o mercado financeiro, apesar dos alertas de que a empresa foi vendida a preço de banana, com interesses escusos e mal esclarecidos. E a conta será de todos os brasileiros, já que há estudos comprovando que haverá reajuste nos preços das tarifas de energia que a população paga.

Diante da tragédia anunciada, mais de 100 pessoas se reuniram no ato em que foram distribuídos panfletos à população explicando o que deve ocorrer após a venda da Eletrobras. Com caixa de som, sindicalistas e ativistas se revezavam nos discursos de que a luta não terminou e agora será pela reestatização, assim que um novo governo for eleito em outubro. A expectativa é que Bolsonaro seja retirado da cadeira de presidente da República pelo voto.

O engenheiro da Eletrobras e diretor do Coletivo Nacional de Eletricitários, Ikaro Chaves, enrolado numa bandeira do Brasil, tentou protestar contra a presença de Bolsonaro, que havia entrado no prédio minutos antes sem ser visto pela população. Ikaro foi retirado pelos seguranças. As ruas do entorno, no centro de São Paulo, estavam policiadas e cercadas com grades.

Antes, porém, o dirigente falou ao portal CUT sobre os próximos passos da categoria.

“Os trabalhadores do setor elétrico, a sociedade civil organizada e os partidos de oposição lutam há cinco anos, desde o governo de Michel Temer, contra a privatização. Mas lamentavelmente a truculência do governo Bolsonaro não tem limites, privatizou a empresa mesmo descumprindo promessa de campanha e a população se posicionando contra a privatização”, disse Ikaro.

Durante a campanha campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro havia prometido que não venderia a Eletrobras.

 

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