Os petroleiros/petroleiras das bases do Unificado foram categóricos em dizer NÃO à oferta indecente feita pela Petrobrás para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). As assembleias aconteceram entre os dias 11 e 18 de julho e tiveram 100% dos votos válidos favoráveis ao indicativo da FUP de rejeição à proposta da empresa, que retira direitos, reduz benefícios e remuneração da categoria e ataca a organização sindical.
A tentativa de desmonte do acordo coletivo da categoria petroleira ocorre paralelamente à ofensiva da gestão Castello Branco, que tem carta branca do governo para privatizar a Petrobrás rapidamente. Em entrevista à imprensa, no dia 17, o vice-presidente Hamilton Mourão garantiu que a gestão Bolsonaro vai “privatizar tudo aquilo que puder ser privatizado”, inclusive a Petrobrás, e que “o presidente já deu luz verde”, ou seja, liberou geral. Segundo ele, a petroleira “vai perder os anéis e ficar com os dedos”. E conclui: “essa é a decisão que está tomada. Vai vender refinarias, essas coisas aí”.
A estratégia dos entreguistas é liquidar tudo a toque de caixa. Em menos de 40 dias, a Petrobrás fez 11 comunicados ao mercado para venda de campos de petróleo, refinarias, terminais, plantas de fertilizantes e subsidiárias, entre outros ativos.
A atual gestão da Petrobrás apresenta uma proposta vergonhosa aos trabalhadores de 1% de reajuste salarial, que não cobre sequer a inflação do período, cuja projeção é de 4%, mas tem a cara de pau de pagar R$ 1,041 bi em bônus, por meio do Programa de Remuneração Variável do Empregado (PRVE), a um grupo seleto de funcionários do alto escalão.
A oferta de acordo coletivo da Petrobrás inclui vários prejuízos ao trabalhador. Praticamente acaba com as horas extras, muda a forma de pagamento das férias, altera o custeio da AMS e retira as cláusulas de Realocação de Pessoal, Excedente de Pessoal e Dispensa Sem Justa Causa, permitindo demissões em massa. Se não bastasse, a proposta ataca a organização sindical, acaba com as contribuições sindicais e liberações de dirigentes, conforme previsto na Constituição Federal.
Votação
As assembleias do Unificado foram realizadas nos terminais paulistas de Barueri, Guarulhos, Guararema, São Caetano do Sul e Ribeirão Preto, nos terminais de Uberaba e Uberlândia, em Minas Gerais, no de Senador Canedo, em Goiás, e no de Brasília. A votação também aconteceu nos prédios do Edisp I e II, em São Paulo, e do Esbras, na capital federal, nas sedes da TBG, em Campinas e Hortolândia, nas termelétricas de São Paulo e Três Lagoas (MS), além da Recap, em Mauá, e da Replan, em Paulínia, com a participação de 644 trabalhadores.