De braçadas no mar aberto

     

A petroleira Claudete Bernardo Henriques, que trabalha no Laboratório da Replan, em Paulínia, nasceu em Santos e, por quase três décadas, viveu perto da praia. Criada no mar, como ela mesma diz, Claudete sempre gostou de nadar. Há poucos anos, ela conheceu uma nova modalidade esportiva na natação, a maratona aquática, que é praticada em águas abertas, e mergulhou de cabeça nesse novo desafio. Em seu primeiro campeonato, a petroleira terminou a classificação geral em segundo lugar.

Claudete conta que aprendeu a nadar aos 9 anos, na piscina de um clube ao lado de sua casa, com um sargento do Corpo de Bombeiros. “O professor era linha dura e fazia a gente treinar com sol e chuva, no clube e na praia. Aprendi a nadar direitinho e tive aulas até os 15 anos”, lembra. Nas horas de folga, ela gostava de ir ao mar e se habitou a nadar em águas agitadas, com ondas e correnteza.

Quando se mudou para Campinas, em 1993, ela continuou praticando natação em academia e só parou quando nasceu o seu primeiro filho, Gabriel, que hoje tem 24 anos. Em 2014, a petroleira voltou a nadar na expectativa de melhorar as dores causadas pela fibromialgia. Durante os treinamentos, Claudete conheceu um pessoal que compete em mar aberto e, no ano passado, recebeu o convite para participar das provas. Ela topou!
Em setembro, Claudete estreou no “Circuito Mares”, um campeonato com cinco etapas, que terminou em junho deste ano. Ela disputou a prova Short, de 1km, nas praias do Guaiúba (Guarujá), da Cocanha (Caraguatatuba), de Toque Toque Pequeno (São Sebastião), da Enseada (Ubatuba) e do Perequê (Ilha Bela), e foi vice-campeã na categoria Short Master Feminino.
“Foi uma experiência muito legal. Todos os competidores largam juntos e todo mundo leva tapa e braçada. Os circuitos são estabelecidos e sinalizados com boias. Eu vi minha evolução nas etapas, comecei completando a primeira etapa em 30 minutos e na última consegui baixar meu tempo para 21 minutos”, fala, com entusiasmo.
Satisfeita com seu desempenho, Claudete já tem planos mais ousados para a próxima competição, que será no final de setembro, na Praia da Enseada, no Guarujá. Ela vai disputar a prova de 2,5 km. No mês seguinte, ela participa do “Circuito Aquaman”, que acontece em Caraguatatuba. “A prova de 1km é de velocidade, já a de 2,5 km exige resistência e saber administrar o tempo”, afirmou.
Como trabalha em turno na Replan, Claudete não tem horários fixos de treinamento na academia. “Treino de três a quatro vezes por semana, depende do meu tempo”, explicou.  Mas essa condição deve mudar logo, porque a petroleira está prestes a se aposentar. “Depois da aposentadoria, vou poder me dedicar mais para as competições”, comenta.
Para ela, a maratona aquática é ótima para o corpo e a mente, e tem efeito terapêutico. “Além de ajudar fisicamente, a gente conhece outras pessoas, com outras cabeças, diferentes daquelas que convivemos na refinaria, onde passamos a maior parte do tempo e enfrentamos muita pressão. A natação e as competições ajudam a aliviar o estresse do dia a dia”, garante a petroleira.

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